Semana de Oração pela unidade dos Cristãos

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SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ 2017:

 

“Reconciliação: é o amor de Cristo que nos move” (2 Cor 5.14-20)

  • A Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC), surge na primeira metade do século XX e acontece anualmente, sendo no Hemisfério Norte entre 18 e 25 de janeiro, e no Hemisfério Sul, geralmente na semana que antecede a festa de Pentecostes; ambas são datas de sentido singular para a comunidade cristã. É um dos momentos mais significativos o empenho ecumênico das igrejas cristãs, expressão do chamado ecumenismo espiritual, e, a partir dela, tem surgido fecundas experiências e projetos de diálogo em todo mundo. Sustenta-se na firme convicção que a unidade que se busca é, antes de tudo, uma graça, um dom que deve ser rogado a Deus, unindo-se à oração de Jesus que pediu ao Pai que todos e todas fossemos um (cf. Jo 17.21).
  • A cada ano, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (PCPUC), organizadores da SOUC, convidam representações ecumênicas de um país específico para escolha do tema e preparação do material que, em sentido de unidade, será utilizado pelas igrejas do mundo inteiro.
  • Em 2017, ano em que comemoramos os 500 anos da Reforma Protestante, o Conselho de Igrejas da Alemanha, terra da Reforma, convida os cristãos e cristãs do mundo todo a lançarem um olhar reconciliador entre si e entre suas comunidades de fé.
  • Além de levar em conta o contexto celebrativo do quingentésimo ano da Reforma, o tema de 2017 – “Reconciliação: é o amor de Cristo que nos move” (2Cor 5.14-20) contém a inspiração da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, promulgada pelo Papa Francisco em 2013.
  • Neste sentido, a SOUC 2017 está em sintonia com a Comemoração Conjunta Católico-luterano dos 5oo anos. Além da publicação do documento “Do Conflito à Comunhão” em 2014, no qual estão expressos o sentido e os apelos desta celebração comum, um evento significativo foi a visita do Papa Francisco a Lund, na Suécia, em 31 de outubro de 2016, e a celebração com a comunidade luterana. Vale lembrar que este ano também marca os 50 anos do diálogo bilateral católico-luterano, pelo qual se alcançaram resultados de grande importância para as igrejas, tanto em relação à aproximação e estima mútua, quanto em consensos e convergências teológicas. Nesta caminhada comum, respeitosa e sincera, a máxima “O que nos une é maior que o que nos divide”, tantas vezes repetida por Francisco, ressoa como uma convicção e um chamado às igrejas e a cada cristão/ã para trabalhar pela unidade.
  • A SOUC 2017 carrega um duplo apelo: a) a ação de graças e o louvor a Deus que, unicamente por sua graça, nos justifica, nos salva, elemento esse tão caro à teologia e à espiritualidade da Reforma; b) o reconhecimento das culpas mútuas na história da divisão das igrejas, de ontem e de hoje, e a sincera disposição em caminhar no rumo da reconciliação, em todos os sentidos.
  • Como forma de comunicar simbolicamente estes elementos, os organizadores da SOUC 2017 nos convidam a refletir sobre a simbologia do tijolo, que pode representar tanto o sustento de muros – e aqui podemos elencar uma série de muros ainda existentes em nossas igrejas, religiões, culturas e sociedade – como também a possibilidade de uma nova construção; se nos dispormos a descontruir os muros existentes, esses tijolos podem servir de base e sustentar pontes de encontro, de tolerância, colaboração, ... Diante dos muros, nos cabe a penitência e a conversão; diante das pontes, somos impulsionados/as ao compromisso apaixonado pela missão.
  • Por fim, integrando os elementos acima acenados e os sintonizando com nossa missão educativa, especialmente no âmbito pedagógico-pastoral, podemos indicar algumas razões pelas quais é de extrema importância que, como Escola Confessional, oportunizemos à comunidade educativo o acesso temático e celebrativo à proposta da SOUC 2017:
  • Primeiramente, por uma convicção e atitude de fé, como “imperativo da consciência cristã” (UUS, 8): se a escola católica vicentina comunga e coopera com a missão evangelizadora da Igreja Católica, necessariamente caminha também em sintonia com seus princípios no que se refere ao empenho ecumênico que, segundo João Paulo II, se constitui a partir do Concílio Vaticano II como caminho irreversível da Igreja (UUS, 3). Assim, é contra a natureza e missão da escola católica ser conivente com qualquer expressão de divisão e exclusivismo, o que também se aplica à toda tentativa de proselitismo invasivo e desrespeitoso com a pluralidade religiosa e cultural. Crer é, antes de tudo, uma adesão na liberdade, e não uma imposição.
  • Em segundo lugar, o projeto educativo vicentino se plasma no diálogo, na interação, na integralidade do ser humano e de sua formação. Isso está contido em nossa proposta pedagógica, mas, sobretudo, no âmago de nosso carisma. Tomar contato com fundamentos, práticas, experiências que sustentam um projeto pedagógico-pastoral fundamentado no diálogo é um direito e dever nosso como cristãos/ãs batizados/as. Às vezes, damos grande importância, e dedicamos tempo e recursos em aprimorar nossas práticas profissionais, mas podemos negligenciar nossa formação e crescimento na fé – e isso se aplica, especialmente, aos/às pastoralistas, ante sua missão na escola. Contentar-se com “o básico do básico” é correr o risco de anular a força revitalizadora do Evangelho de Jesus. Se nossa experiência de Deus são as lentes pelas quais contemplamos o mundo em vistas de transformá-lo no sonho de vida que Deus tem para ele, é sempre bom mantermos essas lentes limpas para olhar com nitidez, olhar mais longe. Oração e reflexão comum são vias privilegiadas para lentes limpas.
  • Em continuidade, também porque o espaço escolar coloca em relação uma diversidade de pessoas, contextos, culturas e crenças, na qual a convivência no respeito, na cooperação e na valorização dessa pluralidade é, ao mesmo tempo, uma necessidade e um desafio. Algumas pesquisas nos testemunham que a escola é hoje o espaço de maior intolerância religiosa entre os/as adolescentes e os/as jovens. O que isso tem a dizer para nós que acolhemos diariamente essa diversidade em nossas instituições? Que lugar o diálogo ocupa em nossos currículos e, sobretudo, em nossas presenças e atitudes pedagógicas do cotidiano? A Pastoral Escolar tem, ao que nos parece, uma tarefa intransferível nesse sentido: diálogo não se aprende por conceitos, mas por vivências!
  • Por fim, diante do conturbado cenário sociopolítico e cultural que vivemos, imerso em tantos desencontros, polarizações, rivalidades, a disposição ao diálogo – o que implica uma sincera e pacienciosa atitude de escuta – se apresenta como um testemunho e uma urgência. Em um contexto em que todos advogam pela verdade, defendendo vorazmente seus pontos de vista e interesses, optar por trilhar o caminho inverso da acolhida do diferente, colocando essa diferença em diálogo propositivo, tem sabor de resistência e de esperança. Neste sentido, a comemoração da Reforma nos ajuda a percorrer esse itinerário: reconhecemos que Deus, em sua graça, nos antecede no caminho, e nós e nossas igrejas somos permanentes aprendizes, em constante reforma, conversão, amadurecimento.
  • Oração do Pai Nosso Ecumênico

    Pai Nosso que estás nos céus.

    Santificado seja o teu nome,

    venha a nós o teu reino.

    Seja feita a tua vontade,

    assim na terra como no céu.

    O Pão Nosso de cada dia dá-nos hoje,

    perdoa-nos as nossas ofensas,

    assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

    E não nos deixeis cair em tentação,

    mas livra-nos do mal, pois teu é o reino,

    o poder e a glória para sempre.

    Amém!

     

    Fonte: Pastoral Escolar Vicentina – CEPAAC – Província de Curitiba

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